Um Insano no Teclado: Academia

quarta-feira, 14 de março de 2012

Academia




"Você vai fazer "cinco de vinte" , não , melhor ... você vai fazer "dezessete de quinhentos" ..."
Personal trainers de plantão ... sou flácido e sedentário , mas existe uma coisa chamada tempo ... por favor , não matem seus novos alunos!

    Glossário : ACADEMIA : do latim : sofrerus de dorus
                                              do grego : meusdeusus quidores


    Ir à academia é um sofrimento sem tamanho. Antes de ir fazer a avaliação, você se prepara mais psicologicamente do que fisicamente (acho que é por isso que dói tanto).
    As semanas que antecedem uma avaliação com um(a) professor(a) bombadão(ona) são compostas por estágios de puro sofrimento e auto-afirmação : "Preciso emagrecer, preciso emagrecer, preciso emagrecer, preciso emagrecer, preciso emagrecer, preciso emagrecer... mas espera aí... eu não estou tão gordo assim... nãããão, não estou tão mal, estou só inchado, por causa da retensão de líquido!" 
    Mas o que ninguém diz, é que academia é horrível. Você paga para entrar num ambiente conturbado, barulhento e masoquista ao extremo.
    Você não vê ninguém fazer uma série de 20 repetições de bíceps e tríceps com 2500kg sorrindo. Por isso que a partir do momento que eu entro na academia, já faço cara de dor e sofrimento... só para me acostumar sabe?... com o astral da academia.
    Entrar numa academia não é ruim... mas quando você entra na academia por causa de uma situação de emergência não é legal.
    Quando você vai para a academia, começa: Esteira... chama o professor, pega peso... chama o professor, FAZ TUDO... chama o professor. É foda também, quando você tem que utilizar um aparelho e você não se lembra como se regula aquela MÁQUINA MEDIEVAL DE TORTURA... aí você chama o professor de novo (coitado).
    Aparelho regulado, esterelizado e arrumado, pronto. Você começa a fazer sua série. Assim que você faz os primeiros movimentos naquela máquina medieval de tortura, sente seus músculos esticando como se fossem chiclete, e doendo como se estivessem sendo arrancados, e como disse antes, você não vai sorrir com essa dor toda. Você pode até colocar um rock pesado no último volume do seu aparelho de música para distrair a dor, mas ela insiste e consome todas as suas energias distrativas.

- HORA DA EXPERIÊNCIA -


    Esses dias, tomei coragem e força e fui finalmente fazer minha avaliação na academia perto de minha casa. Porém, pessoas problemáticas deveriam ser proibidas de entrar em ambientes fechados cheios de gente.
    Eu, por exemplo, sou muito problemático, com tudo! Com os problemas que tenho, eu devia ser banido da vida em sociedade. Eu sofro de "TOC" (Transtorno Obsessivo Compulsivo) do pior grau possível (mentira. É leve, mas às vezes me descontrolo). O meu "TOC" clama por superfícies geométricas bem alinhadas e muita limpeza em lugares públicos (no caso... a academia). Por exemplo, eu na academia NÃO CONSIGO UTILIZAR UM APARELHO QUE EU NÃO TENHA PASSADO ÁLCOOL ANTES E TAMBÉM NÃO CONSIGO USAR OUTRO APARELHO SEM LIMPAR O QUE UTILIZEI POR ÚLTIMO... É COMPLICADO. Olha aí o meu "TOC" atacando.
    Fora o "TOC", tenho também um princípio de Esquizofrenia, então, não consigo entrar num lugar fechado, cheio de gente vestindo um short curto e uma blusa justa que logo acho que todos me olham o tempo todo. Não consigo me movimentar direito pensando que todos vão rir se eu fizer uma coisa errada ou não souber operar algum aparelho que eles dominam (isso é preconceito e segregação... afinal, eles nasceram sabendo fazer isso?).
    Estou eu lá na esteira me aquecendo normalmente. Até que o tempo de esteira acaba e me sinto ser decapitado pelos que me rodeiam, ou seja, uma hora eu não vou saber mexer em algo e eles vão rir de mim e vão me ridicularizar na frente de todos (se controla. Seja foda. Você é foda. Eles são uns visigodos... não preste atenção neles... afinal, de quem estamos falando mesmo? Só tem você aí... não tem ninguém à sua volta... pára com isso!).
    Chega o professor que está montando a minha série e tem a brilhante ideia de me levar para malhar braço (não sou o que chamam de gostosão, mas tenho meus requisitos avantajados, incluindo barriga e pernas! Se é que vocês me entendem!), aí o professor me conduz para aquela área sofrida e lotada o fim da academia, onde os que se encontram reunidos possuem a circunferência da minha barriga nos braços. Chego eu, novo, sem calos nas mão, sem luvas também, com um fone no ouvido e outro não, com uma expressão neutra para não parecer uma afronta a esses que então reunidos e não uma expressão de medo, afinal, o que eles podem fazer comigo? Rir de mim? Eles não fazem isso, eles não são animais.
    O professor ajusta a carga que será imposta no meu exercício e lá vou eu, confiante de que vai dar tudo certo no final. Começo a fazer o exercício com uma certa facilidade. Olho para o centro do aparelho, e lá está: uma plaquinha de 5kg. Faço ela subir e descer, com as cordas deslizando por entre as polias do aparelho. Olho para o lado e não sei ao certo se contei direito, mas o cara do meu lado devia estar levantando só com uma mão, umas doze plaquinhas de chumbo (ou sei lá o material daquilo), e eu, morrendo na terceira repetição, fazendo a plaquinha se mover de baixo para cima com as duas mãos. Eu penso: "Faz logo isso e se manda daí.", e é o que eu faço. Realizo com aproveitamento as duas séries de vinte repetições e me mando.
    Depois de morrer mais um pouquinho nos aparelhos, é a hora do abdominal. O professor me manda fazer "duas de quinze", e é só o que eu consigo fazer no momento, afinal, minha barriga não é forte. É GRANDE. Faço os abdominais morrendo, e vou lá na entrada da academia buscar um esguicho de álcool e o paninho imundo para limpar o colchonete suado de vergonhosos trinta abdominais. Enquanto limpo o meu colchonete, chega um animal GIGANTE para fazer abdominais, e eu, me achando, demoro mais para limpar meu colchonete só para ver se ele conseguia fazer o mesmo que eu. E ele consegue. À medida que ele foi fazendo eu fui torcendo :"Cansa logo para eu manter minha dignidade normal e não cortar os pulsos quando chegar em casa por que eu não consigo fazer mais que trinta abdominais". E o maldito cansa. Depois de realizar cinquenta abdominais ele levanta para beber água e eu saio. Quando eu vejo, eu estou em outro aparelho e o MAMUTE TÁ FAZENDO ABDOMINAL AINDA. Termino logo de fazer tudo e vou embora com um gostinho de "quero mais" e no outro dia volto dolorido e com vontade de fazer mais abdominais, mas estou dolorido demais para passar da quota de "uma de cinco" morrendo!

2 comentários:

Sérgio Beltrão disse...

Já comecei e larguei a academia umas 17 vezes, só nessa vida.
PELAMORDEDEUS, seja mais forte que eu... :)
E, se descobrir como não largar: me conte!

thali* disse...

Muito bom seu blog...estou aqui morrendo de rir dessas experiências...essa da plaquinha de 5kg e o cara do lado com uma mão só 12 plaquinhas foi demais....kkkkkk
Parabéns pelo blog. :)

Vi seu blog em um link que vc deixou para a Alexandra no facebook.