Um Insano no Teclado: julho 2012

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A Luva


 
   
    Acordar cedo para ir para o colégio pode parecer o fim dos seus dias, mas não é! Definitivamente não! Quer saber por quê? Porque ruim mesmo é acordar e continuar inconsciente o dia inteiro, até que vai dormir no fim do dia e a consciência volta, mas já é tarde demais!
    Pode parecer meio "manjado" me referir a mim mesmo como zumbi logo quando acordo, isto é, numa tentativa de sensibilizar os mais velhos, adolescentes andam usando muito essa expressão "parecer um zumbi". Isto é porque de fato não parecem, mas agem, todos em conjunto, como zumbis comedores de cérebro.
    Parecer com zumbis comedores de cérebros até que pode ser aceito para se incluir na sociedade estudantil, mas SER um é sacanagem!
    Desde sempre luto contra muitas coisas que afetam meu dia de forma aterrorizante, uma delas é o sonambulismo, que como já citei aqui na página, é um problema a ser levado em consideração na hora de me avaliar psicologicamente.
    Pois bem... Desde o início do ano, acordo 6:00 da manhã (mentira, 6:30!) e meu ônibus escolar me busca e ao meu irmão mais novo por volta das 7:00. Depois que acordo, começa o circuito: 
(X)sentar na beirada da cama 
(X)calçar o tênis mais próximo e por favor, Deus, que ele esteja com os cadarços em disposição de espelho ( um ao contrário do outro ) - parte entendida por psicóticos e obsessivos-compulsivos de plantão!
(X)levantar  e andar como uma múmia de filme para o banheiro tomar banho, arrumar o cabelo, passar desodorante, perfume, etc.
(X)me dirigir à cozinha para tomar um rápido café da manhã (rápido mesmo, pois o percurso cama-banheiro-cozinha demora 25 minutos, sobrando-me apenas 5 para alimentar-me... Difícil não?).
    Dia desses, houve pani no sistema, pois o percurso cama-banheiro teve um participante inusitado: A Luva! Sim, isso mesmo, A Luva. Na hora de colocar o tênis, sempre faço meu ritual diário, de por a mão por dentro da meia, desvirá-la e então vesti-la. Aí é que mora o problema, nessa parte do processo, eu deveria tirar a mão de dentro da meia e pô-la, mas ao invés disso, continuei com a meia grudada misticamente na minha mão esquerda, com isso, cumpri as outras etapas do circuito com a meia na mão, ou seja, ela estava molhada, cheia de gel, pasta de dente e desodorante. Fui para o ônibus, sentei-me, e só depois que percebi que não estava conseguindo desbloquear meu celular porque estava com uma meia enfiada na mão, ou a mão enfiada na meia...
    Adolescente exagerados, vocês não são zumbis, acreditem! Eu consigo ser pior, sem sombra de dúvida.
    Vou torcer para qualquer dia desses não acordar com a cueca na cabeça. Não que de manhã me arrumando para o colégio eu faça uso de minha cabeça para desvirar minhas cuecas. Vocês me entenderam!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Casais de academia


    Acho engraçado casais de academia. Estão sempre lá, não importa a hora que você vai, pois você vai esbarrar com eles na academia. Parece até que eles dormem na academia, só para ficar por mais tempo malhando.
    Desde que me conheço por pessoa que frequenta academia (como se eu tivesse frequentado muitas academias em minha vida...), percebo que existem esses "Leandros" e as suas "Marianas".

- HORA DA EXPERIÊNCIA -

    Em 2010, cansado de tentar emagrecer fazendo natação, porque não há impacto algum, decidimos, eu e meus pais, em me matricular em uma academia que ficava praticamente na porta de minha antiga casa, mesma academia a qual meu irmão malhava.
    Chegando lá, meus instintos observadores e críticos, observaram e criticaram tudo (na minha cabeça), pois eu estava entrando em um ambiente inóspito nunca antes visto por meus santos olhos.
    Depois de fazer minha inscrição, e avaliação, comecei a frequentar a academia.
    Já nos primeiros dias notei uma certa afinidade entre duas figuras frequentes na academia: o Leandro e a Mariana.
    Imaginem: 
 - Leandro - ser-humano do sexo masculino que só malha braço e grita quando faz "supino" e tem canelas mais finas que o braço de meu irmão de 12 anos que pesa 40 quilos, e braços que mais parecem samaúmas. Ah, sem esquecer que é do tipo que fica levantando a blusa no espelho só para chamar a atenção de Mariana.
 - Mariana - ser-humano do sexo feminino que tinha tudo para ser uma menina de família, mas largou tudo para ser uma "funkeira" implacável. Só malha pernas porque se sente insegura (mesmo sendo bonita), por achar que não chama a atenção de Leandro porque suas pernas não são saradas e nem seus peitos grandes. BUNDA ? ESQUEÇA!
    Um dos únicos momentos em que se pode observar uma tensão nessa relação completamente aberta, é quando uma outra piranha se inscreve na academia para malhar (sério?!), e começa a dar em cima de Leandros da vida. De "step" à "fêmea alfa", Marianas assumem seu papel ao lado do macho que foi "visto por ela primeiro''.
    A partir do certo momento em que se vê ameaçada, a auto-intitulada "fêmea alfa", assim como na natureza, começa a demarcar seu território, propondo saídas e encontros a Leandro. Mas o mais importante é que essas saídas e esses encontros teriam que ser friamente calculados, para Leandro e Mariana passassem à frente do curso da tal piranha, e não podia ser de qualquer jeito, porque antes de saírem, Mariana esquentaria as coisas, roubando um beijo de Leandro, levando o mesmo a pegar em sua mão para a caminhada até o destino desejado, imaginado e alcançado por Mariana.

    Exterminando todas as outras piranhas que aparecem à sua frente, Mariana se mantém "funkeira", piranha e o melhor de tudo, a "step" preferida de Leandro, porque não importa o que ela esteja fazendo, se ele assobiar, ELA SEMPRE VAI! 

"Sonambúlico"

Sim, eu sei, fiquei milhares de anos sem postar nada, mas lá vai...






    Desde sempre tive muitos problemas, não do tipo "Nasci numa área contaminada por radiação e meu braço sai da minha orelha três vezes por dia", mas tenho meus problemas.  Sempre fui meio "estragado" (sim, essa é a palavra), diferente de meus irmãos, tive um desenvolvimento complicado e conturbado. Com seis meses de nascido tive minha primeira pneumonia, e depois dessa, mais seis. Isso mesmo, SEIS.
    Mas os problemas não acabam por aí. Quando você é um lindo bebê, sua mãe espera de você um mínimo de horas de sono por dia certo? Não. Minha mãe, coitada, deve ter passado no mínimo uns 5 anos constantemente acordada, porque de 24 horas que há por dia, eu passava umas 40 acordado. Com essa disfunção, vieram os problemas alimentares. Com 7 anos, eu devia pesar menos que gás Hélio. Com cinco anos, desenvolvi um pequeno surto de sonambulismo, que fez com que eu abrisse portas e trocasse de roupa dormindo.
    Com o meu sonambulismo adormecido (engraçado não?), parei de acordar e me levantar para conversar com minha mãe mesmo dormindo (bizarro!), mas continuei roncando mais do que escavadeiras de construção e falando dormindo.
    
- HORA DA EXPERIÊNCIA - 


    Meu sonambulismo deve ter cessado por volta de 2005, quando tive minha última "aparição", digamos assim. Mas em 2008, estudando num colégio que me cobrava pontualidade e rotina, acabei me habituando a fazer quase a mesma coisa todo dia.
    Era mais ou menos assim, eu acordava (4:30 a.m.), me arrumava, tomava café da manhã e saía (5:20 a.m.). É ou não para se acostumar? ME SENTIA UM ZUMBI. Pois bem, numa bela madrugada, realizei todo esse ritual desgastante e saí para esperar o meu ônibus escolar. Só que... naquele dia, não era eu, era ele, o meu outro eu, aquele que levantava de madrugada com os olhos muito arregalados e conversava com quem passava ( o meu lado "sonambúlico" ).
     Nesse dia, eu, inconsciente, me arrumei e saí. Seria muito bom se eu tivesse me arrumado no dia certo, e não num SÁBADO. 
     Voltando... nesse dia eu fiz tudo da melhor forma possível, tudo certo. Me arrumei, e parece até que chamei meu irmão também. 
     Quando eu acordei, me vi em pé, completa e devidamente uniformizado e preparado para ir para o colégio. Mas sabe que horas eu fui despertar? 7 DA MANHÃ! Com um delicioso sol do subúrbio da minha antiga cidade na minha cara, derretendo minha pele. Eu devo ter ficado quase 2 horas em pé, pagando o maior mico do planeta... mico não... KING KONG!
    Bom, pior seria se eu não estivesse vestido... ou de pijama...  4 anos se passaram e eu não me decidi sobre qual situação seria pior.