Um Insano no Teclado: abril 2013

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Estar alheio

   

Estar alheio é estranho, principalmente quando você está num meio movimentado e/ou barulhento.
    Atualmente é muito fácil e comum encontrar pessoas alheias ao meio em que se encontram. O advento do celular (que deu ideia à criação do tablet,que é uma ferramenta igualmente perigosa) fez com que o ser humano (na maioria jovens) se acostumasse a ficar alheio.
    Vamos ver se todos sabem identificar alheios... Eles costumam:

- Ficar de cabeça abaixada no meio de um grupo ou uma multidão em que todos os outros estejam interagindo...

    Conhecem alguém assim?

    Não se assuste se eu acabei de descrever como você se porta num meio, ser alheio não é uma doença (não segundo meu pai, que faz questão de me sacanear quando eu estou alheio). Eu encaro o "alheismo" como sendo uma prática normal (isso é porque eu também sou um alheio -só de vez em quando, eu juro).
    Existem alguns tipos de alheios que, definindo a grosso modo, vão dos mais aceitáveis aos violentamente alheios.
    Eu sou um alheio, mas não sou violentamente alheio. Eu sou do tipo que confiro sim minhas redes sociais e mensagens quase que o tempo todo, mas eu nunca deixo de interagir com o meio que me rodeia.
    Os violentamente alheios me irritam porque além de eles não largarem os aparelhos demoníacos que os fazem me dão vácuos malditos, eles possuem a absurda capacidade de interagir mais com os aparelhos do que com as pessoas à sua volta. Dá raiva isso.
    Mais raiva mesmo eu sinto quando a conversa por intermédio dos tais aparelhos eletrônicos está mais interessante do que a que está realmente acontecendo. 
    Ser alheio o tempo todo é meio chato. Eu sei porque já fui. Eu era quase um autista em constante crise. O violentamente autista ri sozinho, fala sozinho, cria, desenvolve e aperfeiçoa a incrível capacidade de interagir com um zíper de uma mochila no intuito de fazê-lo silenciar no momento do uso. Doentio, não?!
    Ah! Eu já ia quase me esquecendo dos alheios momentâneos. Eles representam aqueles que estavam como eu estava na hora que escrevi esse texto, eu estava no aeroporto para pegar o voo de volta para casa, e havia pelo menos umas 150 pessoas à minha volta, e eu estava de cabeça baixa, escrevendo na minha agenda... Sim, minha agenda. Durante surtos criativos, qualquer papel é bem vindo, eu já cheguei até a escrever em guardanapos. 
    Voltando...
    Os alheios momentâneos são aqueles que tornam-se quase que violentamente alheios ao desempenharem uma atividade, no meu caso, eu não tinha mais nada para fazer, e me ocorreu um surto criativo, com isso, parei de fazer qualquer outra coisa e me concentrei numa atividade só.
    Eu escrevi 457 parágrafos argumentando sobre alheios... Mas parte disso é meu transtorno obsessivo-compulsivo. Mas isso já é material para outro texto.