Um Insano no Teclado: março 2012

segunda-feira, 26 de março de 2012

Dinâmicas de grupo


"Vai lá fulaninho...é a sua vez!"

    Dinâmicas de grupo são embaraçosas e ao mesmo tempo engraçadíssimas (lógico...quando não é você que "paga o mico").
    Essas malditas acontecem em todo lugar, da primeira aula de filosofia, àquela entrevista de emprego.
    Mesmo não tendo vivido muito, procuro me informar sobre experiências futuras que provavelmente farão meu coração disparar, e meus poros cutâneos se inundarem de um suor maldito que não perdoará nem meu desodorante de jato seco. De palitos de fósforo que foram feitos para queimar mais rápido a micos a serem pagos na frente de todos, dinâmicas de grupo foram feitas para desgraçar sua reputação e te traumatizar para sempre.

- HORA DA EXPERIÊNCIA -

    Estava eu no meu colégio novo nos primeiros dias de aula...eis que entra na sala, na manhã de uma quarta-feira que já não estava boa, a professora de filosofia.
    Essa professora é muito legal, mas o que deixou a aula mais legal ainda, foi a realização de uma dinâmica de grupo proposta por ela (tentar fazer ironias quando se escreve não dá certo de jeito nenhum). A dinâmica consistia em escrevermos um "mico" para um amigo pagar. A brincadeira começou e a professora sorteou o primeiro nome, o primeiro aluno se levantou e leu o "mico" proposto, e depois de um breve silêncio para uma rápida e profunda reflexão da "desgraceira" que essa brincadeira estava prestes a acarretar, a professora toma ar e diz: "Vai, pode fazer.", o aluno, ainda assustado com o choque, diz:" Fazer o que "ssora"?", a professora embarcara numa crise de risos sem fim quando disse:" Gente, essa brincadeira foi feita para mostrar para vocês quão ruim é o que vocês desejam aos outros". O caos se instalou rápida e severamente. O QUE TINHA DE GENTE MUDANDO O MICO ERA IMPRESSIONANTE, a maioria deles, depois da revelação bombástica, envolvia silêncio, a cadeira, e ficar sentado. Eu não! Mantive com honra meu "mico" até o final. O meu "mico" era : "Ensinar a professora a dançar "Macarena"..."...é isso mesmo, "Macarena", para quem não sabe, "Macarena" é uma música apreciadíssima pelos apreciadores de festas de aniversários em que todos ficam de porre e numa determinada parte da festa, ninguém mais se entende e todos começam a "balbunciar" as letras das músicas, até que surge essa música, e o que todos sabem cantar dela é : "êêêêêê Macarena...ayyy!".
    Pelo visto, minha professora era uma dessas pessoas que só cantavam o trecho anteriormente destacado...vou explicar porque.
    Quando ouvi a voz dela penetrando em meus ouvidos dizendo que iria escolher o próximo nome, me apressei para ver quem seria o "infelizardo". Ela sorteou, pegou um papelzinho da urna que ela havia improvisado na sala mesmo, abriu o papel... E LÁ ESTAVA...O MEU NOME...destino, eu te odeio com todas as minhas forças!
    Logo após ler meu nome em voz alta, ela olhou para o que eu chamo de "horizonte de escape", que é só o meu jeito pretensioso de descrever o momento embaraçoso que os professores passam quando ainda não sabem os nomes dos alunos e propõem uma dinâmica, aí quando leem um nome, olham para o meio da parede do fundo da sala com cara de perdidos, isso que é o "horizonte de escape".
    Voltando...ela leu o meu nome e eu tive vários ataques cardíacos seguidos de breves oscilações bruscas de pressão e temperatura. Depois de soltar aquele incontrolável sorrisinho de "estou-sem-graça-por-levantar-da-minha-cadeira-na-frente-da-turma-toda", tomei postura, ar e li o meu "mico" proposto. Quando terminei de ler, ela me chamou na frente para realizá-lo e eu disse que não ia nem amarrado!
    Ela não poupou esforços para me ver pagando um "mico" legal!... se dirigiu à minha cadeira  começou a realizar o "mico" comigo. Lembram-se que eu disse que  música era apreciada pelas pessoas bêbadas de final de festa que não sabem a letra e só gritam partes? Então...minha professora tinha uma certa afinidade com esse grupo!
    Eu sei cantar essa música, e depois que eu comecei a dançar e cantar a música, a professora (mesmo eu tendo cantado o mais baixo possível) percebeu que eu sabia cantar a tal badalada música. A surpresa dela foi tão arrebatadora que o grito que ela soltou, acordou os defuntos que descansavam lindamente ao som de nada, na órbita de plutão (tá bom...tá bom, ela não gritou tão alto, devo deixar de ser exagerado!).
    Quando eu abri a minha maldita boca para cantar a maldita música com letra desconhecida, sofri, além de ataques cardíacos e oscilações bruscas de pressão e temperatura, sofri AVCs seguidos (AVC= Acidente Vascular Cerebral ... DERRAME). Após minha série de AVCs, esqueci como se dançava, cantava,respirava, enfim...tudo. A sorte, é que a minha professora sabia dançar, e sabia a parte do grito, então tava beleza!
    A professora salvou minha vida, por que no momento em que eu esqueci o rumo da vida, além de passar por tudo, meus problemas se afloraram de tal forma que apenas uma explosão nuclear me acalmaria (para vocês terem uma ideia), tudo me atacou, minha esquizofrenia, psicose, e até um aneurisma (rompimento de vasos sanguíneos que irrigam o cérebro em decorrência de uma grande pressão psicológica sofrida).
    Enquanto tudo isso me ocorria, meu complexo de perseguição ia se agravando cada vez mais, me fazendo tremer e consequentemente enlouquecer.

- "PRECISA-SE URGENTEMENTE DE AJUDA, RÁPIDO!"-

quarta-feira, 14 de março de 2012

Academia




"Você vai fazer "cinco de vinte" , não , melhor ... você vai fazer "dezessete de quinhentos" ..."
Personal trainers de plantão ... sou flácido e sedentário , mas existe uma coisa chamada tempo ... por favor , não matem seus novos alunos!

    Glossário : ACADEMIA : do latim : sofrerus de dorus
                                              do grego : meusdeusus quidores


    Ir à academia é um sofrimento sem tamanho. Antes de ir fazer a avaliação, você se prepara mais psicologicamente do que fisicamente (acho que é por isso que dói tanto).
    As semanas que antecedem uma avaliação com um(a) professor(a) bombadão(ona) são compostas por estágios de puro sofrimento e auto-afirmação : "Preciso emagrecer, preciso emagrecer, preciso emagrecer, preciso emagrecer, preciso emagrecer, preciso emagrecer... mas espera aí... eu não estou tão gordo assim... nãããão, não estou tão mal, estou só inchado, por causa da retensão de líquido!" 
    Mas o que ninguém diz, é que academia é horrível. Você paga para entrar num ambiente conturbado, barulhento e masoquista ao extremo.
    Você não vê ninguém fazer uma série de 20 repetições de bíceps e tríceps com 2500kg sorrindo. Por isso que a partir do momento que eu entro na academia, já faço cara de dor e sofrimento... só para me acostumar sabe?... com o astral da academia.
    Entrar numa academia não é ruim... mas quando você entra na academia por causa de uma situação de emergência não é legal.
    Quando você vai para a academia, começa: Esteira... chama o professor, pega peso... chama o professor, FAZ TUDO... chama o professor. É foda também, quando você tem que utilizar um aparelho e você não se lembra como se regula aquela MÁQUINA MEDIEVAL DE TORTURA... aí você chama o professor de novo (coitado).
    Aparelho regulado, esterelizado e arrumado, pronto. Você começa a fazer sua série. Assim que você faz os primeiros movimentos naquela máquina medieval de tortura, sente seus músculos esticando como se fossem chiclete, e doendo como se estivessem sendo arrancados, e como disse antes, você não vai sorrir com essa dor toda. Você pode até colocar um rock pesado no último volume do seu aparelho de música para distrair a dor, mas ela insiste e consome todas as suas energias distrativas.

- HORA DA EXPERIÊNCIA -


    Esses dias, tomei coragem e força e fui finalmente fazer minha avaliação na academia perto de minha casa. Porém, pessoas problemáticas deveriam ser proibidas de entrar em ambientes fechados cheios de gente.
    Eu, por exemplo, sou muito problemático, com tudo! Com os problemas que tenho, eu devia ser banido da vida em sociedade. Eu sofro de "TOC" (Transtorno Obsessivo Compulsivo) do pior grau possível (mentira. É leve, mas às vezes me descontrolo). O meu "TOC" clama por superfícies geométricas bem alinhadas e muita limpeza em lugares públicos (no caso... a academia). Por exemplo, eu na academia NÃO CONSIGO UTILIZAR UM APARELHO QUE EU NÃO TENHA PASSADO ÁLCOOL ANTES E TAMBÉM NÃO CONSIGO USAR OUTRO APARELHO SEM LIMPAR O QUE UTILIZEI POR ÚLTIMO... É COMPLICADO. Olha aí o meu "TOC" atacando.
    Fora o "TOC", tenho também um princípio de Esquizofrenia, então, não consigo entrar num lugar fechado, cheio de gente vestindo um short curto e uma blusa justa que logo acho que todos me olham o tempo todo. Não consigo me movimentar direito pensando que todos vão rir se eu fizer uma coisa errada ou não souber operar algum aparelho que eles dominam (isso é preconceito e segregação... afinal, eles nasceram sabendo fazer isso?).
    Estou eu lá na esteira me aquecendo normalmente. Até que o tempo de esteira acaba e me sinto ser decapitado pelos que me rodeiam, ou seja, uma hora eu não vou saber mexer em algo e eles vão rir de mim e vão me ridicularizar na frente de todos (se controla. Seja foda. Você é foda. Eles são uns visigodos... não preste atenção neles... afinal, de quem estamos falando mesmo? Só tem você aí... não tem ninguém à sua volta... pára com isso!).
    Chega o professor que está montando a minha série e tem a brilhante ideia de me levar para malhar braço (não sou o que chamam de gostosão, mas tenho meus requisitos avantajados, incluindo barriga e pernas! Se é que vocês me entendem!), aí o professor me conduz para aquela área sofrida e lotada o fim da academia, onde os que se encontram reunidos possuem a circunferência da minha barriga nos braços. Chego eu, novo, sem calos nas mão, sem luvas também, com um fone no ouvido e outro não, com uma expressão neutra para não parecer uma afronta a esses que então reunidos e não uma expressão de medo, afinal, o que eles podem fazer comigo? Rir de mim? Eles não fazem isso, eles não são animais.
    O professor ajusta a carga que será imposta no meu exercício e lá vou eu, confiante de que vai dar tudo certo no final. Começo a fazer o exercício com uma certa facilidade. Olho para o centro do aparelho, e lá está: uma plaquinha de 5kg. Faço ela subir e descer, com as cordas deslizando por entre as polias do aparelho. Olho para o lado e não sei ao certo se contei direito, mas o cara do meu lado devia estar levantando só com uma mão, umas doze plaquinhas de chumbo (ou sei lá o material daquilo), e eu, morrendo na terceira repetição, fazendo a plaquinha se mover de baixo para cima com as duas mãos. Eu penso: "Faz logo isso e se manda daí.", e é o que eu faço. Realizo com aproveitamento as duas séries de vinte repetições e me mando.
    Depois de morrer mais um pouquinho nos aparelhos, é a hora do abdominal. O professor me manda fazer "duas de quinze", e é só o que eu consigo fazer no momento, afinal, minha barriga não é forte. É GRANDE. Faço os abdominais morrendo, e vou lá na entrada da academia buscar um esguicho de álcool e o paninho imundo para limpar o colchonete suado de vergonhosos trinta abdominais. Enquanto limpo o meu colchonete, chega um animal GIGANTE para fazer abdominais, e eu, me achando, demoro mais para limpar meu colchonete só para ver se ele conseguia fazer o mesmo que eu. E ele consegue. À medida que ele foi fazendo eu fui torcendo :"Cansa logo para eu manter minha dignidade normal e não cortar os pulsos quando chegar em casa por que eu não consigo fazer mais que trinta abdominais". E o maldito cansa. Depois de realizar cinquenta abdominais ele levanta para beber água e eu saio. Quando eu vejo, eu estou em outro aparelho e o MAMUTE TÁ FAZENDO ABDOMINAL AINDA. Termino logo de fazer tudo e vou embora com um gostinho de "quero mais" e no outro dia volto dolorido e com vontade de fazer mais abdominais, mas estou dolorido demais para passar da quota de "uma de cinco" morrendo!

sábado, 10 de março de 2012

Compras de fim de ano




"Não , nesse não se guarda dinheiro . (risada maléfica)"

    Todo mundo com certeza tem uma história de cofrinho para contar. A maioria delas começa com um problema na fiação elétrica de casa, ou até mesmo um problema na internet, o que te fez precisar do auxílio de um profissional da área.
    Muitas também falam da moça "rechonchuda" que aguardava um ônibus no ponto e até aquele técnico de internet ou TV.
    Todas começam engraçadas, só engraçadas, falando sobre o cara das calças baixas que aguardava a sua vez na fila do banco, e terminam hilárias, com muitas crises de risos.

- HORA DA EXPERIÊNCIA -

    Estávamos eu e minha mãe na fila do supermercado na época do Natal e do Ano novo (época popularmente chamada de "época de festas"), ou seja, supermercado cheio e consequentemente muitas bizarrices. Mas uma nos chamou a atenção ... nos chamou a atenção coisa nenhuma, FEZ QUESTÃO DE FURAR NOSSOS OLHOS .
    Encontramos com uma figura cômica e bizarra ao mesmo tempo. Era um cara de meia idade, que aparentava ter seus quarenta anos (parecia ser um cara normal, no supermercado, na época do Natal... mas com certeza não era!). Então, este homem possuía uma barba mal-feita nojenta, um cabelo escuro estilo "black-power" de tamanho não tão chamativo, uma barriga de chopp escrota (nada contra barriga de chopp, mas há aquelas escrotas, e há as mais disfarçadas sabe?) e MEU DEUS, dentes muitos separados e uma "monocelha" berrante que mais parecia uma centopeia acima dos olhos esquisitos daquela figura peculiar.
    Foi aquilo o que nos recepcionou bem na entrada de um supermercado onde só se encontra disso nessa época. Minha mãe viu primeiro, coitadinha dela. Depois que a maldita viu e que já havia ficado cega por causa DA COISA, a maldita me cutuca e aponta na direção do "homem peculiar", digamos assim.
    Então, eu olhei para o homem e olhei para minha mãe em seguida. Foi que nem cena de filme sabe? Eu e minha mãe nos entreolhamos e começamos a rir louca e contidamente.
    Depois que nos entreolhamos e rimos "pra caramba", continuamos as compras de Natal, que eram muitas, pois a família de minha mãe vinha comemorar a vinda do "Bom velhinho" de gorro vermelho e a passagem do ano. Nessa época as compras são especialmente esquisitas e exageradas. Uma prova disso foi uma moça que vimos circulando por dentro do supermercado com dois, ISSO MESMO, DOIS carrinhos de compras lotados até o limite de pacotes de rolos de papel higiênico. AI MEU DEUS, aquela moça deve ter sérios problemas com o sistema sanitário de casa, porque pela quantidade de pacotes de papel higiênico que ela estava a adquirir, o sistema sanitário da casa dela devia viver congestionado e/ou entupido. Foi um baque ver aquela mulher aparentemente magra adquirir aquela quantidade absurda de pacotes de papel higiênico. "Vai ver que é por isso que é magra. Preciso bater um papo com ela!", brincou minha mãe, e eu rebati:" Faz isso que eu chamo agora a equipe de um hospício qualquer para te levar "sei-lá-para-onde" à força!". Aquela ida ao supermercado não era para ser normal mesmo.
    Para completar mais um pouco a nossa quota de bizarrice diária, vimos uma família feliz e sorridente adquirir UM CARRINHO CHEIO, INTEIRO "ATÉ A BOCA" de garrafas de um litro de óleo de cozinha. GENTE, O QUE ACONTECE COM AS PESSOAS NESSA ÉPOCA? QUE SELVAGEM!
    O universo ainda não estava satisfeito em destruir e traumatizar a minha vida e de minha mãe. Ele precisava de mais um pouco, precisava "cagar" mais um pouco a minha sanidade mental.
    Após chegarmos ao caixa, vimos a atendente tentar resolver algum problema, o qual não sabíamos a causa. Achamos que não era nada de mais, e começamos a colocar e enfileirar nossas compras na esteira do balcão. Fomos depositando nossas compras na esteira do balcão cada vez mais devagar, porque o problema parecia não ter resolução. Resultado: esperamos em uma fila de supermercado na época do Natal (já podem imaginar o "tamaninho" da bebê!), ficamos ali, por meia hora, e mais meia hora esperando o problema ser resolvido. Depois de ficarmos duas semanas esperando (tá...foi só meia hora...), veio o gerente filho de uma puta e disse para minha mãe:"Tivemos um imprevisto, minha senhora... teremos que resolvê-lo agora e este caixa terá de ser fechado. Devo pedir à senhora que se dirija ao caixa ao lado!". Minha mãe ficou muito feliz, satisfeita e contente com a notícia. Querendo matar o gerente maldito ela disse:"Como assim? Estamos aqui plantados esperando essa fila andar, e o senhor vem e fecha o caixa assim?", e então viramo-nos e deixamos o gerente maldito falando com o ar.
    Fizemos exatamente o que o gerente inconsequente disse: juntamos nossas compras e nos dirigimos a um outro caixa.
    A nova fila demorou tanto quanto a primeira. Esperamos a fila andar, até que finalmente chegamos ao caixa que, por sorte do gerente estava normalzinho. Começamos de novo a colocar nossas compras em cima da esteira. Durante o processo Compras->Caixa, me viro e vejo minha mãe vermelha de tanto rir. Pergunto o que está acontecendo mas ela só consegue apontar para a causa de suas risadas histéricas e descontroladas. 
    Me viro para onde ela apontou e lá está ele, O "HOMEM PECULIAR", mas havia uma coisa que é o que fazia minha mãe ter frouxos de risos. Suas calças baixas deixam escapar seu cofre nojento. A cada item que ele retirava do carrinho e colocava em cima da esteira, precisava se abaixar mais um pouco e nos mostrava o que tinha por trás daquela bizarrice toda. A cada abaixada para pegar itens de seu carrinho, furava mais um pouco meus olhos e os de minha mãe.
    Então, a moça do balcão que ainda não havia entendido o motivo de tantas gargalhadas contidas e silenciosas, ficou nos observando para ver se entendia. E ela entendeu. Mas, quando minha mãe se virou para ela para pagar, eu, minha mãe e a moça do balcão nos entreolhamos e começamos a rir os três, descontroladamente. 
    Do supermercado onde estávamos até nossa casa, levávamos uns quinze minutos. Então, foram quinze minutos de crises de risos compulsivos.

DEPOIS DESSE DIA, NÃO DURMO DIREITO (mentira, mas traumatizado eu fiquei! socorro!!!)

quinta-feira, 8 de março de 2012

O Parabéns na sala


" Professora , é aniversário do fulano!"
"Vamos lá ... Parabéééns pro fulanooo..."

    Uma das cenas que a maioria evita na escola , é o parabéns na sala . Primeiro porque é embaraçoso ter aquele bando de gente mongolóide cantando "parabéns" e te sacaneando , e segundo que , depois de um tempo , os adolescentes vão ficando mais inconsequentes e malucos do que nunca se imaginou.
    A parte legal é : ...NÃO TEM PARTE LEGAL, VÃO TE "TACAR'' OVOS NO FIM DA AULA!" .
    Muita gente hoje está ligado às redes sociais e são esses malditos que os entregam . Muita gente tenta , mas não consegue mascarar sua data de aniversário . Seja mentindo , ou trocando a data nas redes sociais .Mas , tem sempre aquele seu melhor amigo do mundo ... vai ser ele , o primeiro filho de uma égua a te atirar um ovo! Tomem cuidado com esses malditos .

- HORA DA EXPERIÊNCIA - 

    " Não , por favor . Sou alérgico ."
ÉÉÉ NADA ! É SÓ DESCULPA , NÃO ACREDITEM !

    Estava eu , na sétima série ( isso mesmo , não pensem que só porque mudou , devo mudar meu jeito de falar . Acostumem-se . Eu aprendi desse jeito e vou sempre falar do modo antigo!!!) , e em um belo dia , fiquei com vontade , tomei paciência , e comecei a decorar todos os aniversários de todos da minha turma .
    Então , eu passei na companhia ( uma espécie de coordenação de série ) , e peguei a ficha completa da minha turma . Nela constavam as seguintes informações:

- Nome completo ;
- Tipo sanguíneo ;
- Telefones úteis para emergências ;
- Nomes dos pais ; e o mais importante 
- A DATA DE NASCIMENTO !

    Na semana em que me ocorreu o fato , eu ganhei um celular de uma amiga de minha mãe . Separei um tempo e salvei tudo. Tudo mesmo , nada me escapava .
    Era quase que normal eu checar o calendário do meu celular , TODO DIA (os obsessivos-compulsivos de plantão me compreendem ).
    No primeiro aniversário que anunciei , a turma toda trouxe caixas de ovos e sacos de farinha (SEM MALDADE , É CLARO). Era aniversário de uma menina que eu odiava , e como bom vingativo que sou , fui o primeiro a comprar ovos .
    Nathália , era o nome da vítima coitada . Eu fiquei com pena dela (MENTIRA) , e me senti culpado por ter armado tudo aquilo (MUITA MENTIRA) , e não repetiria aquilo de novo nunca (MENTIRA PARA CARAMBA) , principalmente com ela (PRECISO URGENTE DE AJUDA!) .
    Cheguei de manhã cedo no colégio com uma caixa de ovos para fazer uma "festa" (hahahaha , A MELHOR DE TODAS!) , foram passando-se os tempos de aula e Nathália me enchia o saco! Mas , procurei me controlar . E me controlei .
    
... MAS NÃO CONSEGUI ESPERAR...

    Era o sexto tempo de aula de uma quinta-feira chuvosa . Era dia cinco de Março de 2009 . No último tempo , tínhamos aula de desenho geométrico com o professor "Manoel"( um retardado maldito com uma barbicha nojenta , um cabelo grande escroto e um aspecto de sujo do caramba!) , mas nesse dia contei com a ajuda de São Pedro , de alguma forma , porque o professor havia faltado em decorrência do mau tempo . AI MEU DEUS ... O PROFESSOR FALTOU ! 
    A minha sala era quase no meio do corredor , por isso , tinha que ser na ordem certa :

- Monitores saem do corredor -> BAGUNÇA TOTAL

    E foi o que eu fiz . Fiquei na porta conversando com os monitores , e como eles tinham um horário certo de descer , avisei-nos e eles desceram !
    Foi o que eu precisava para desgraçar a vida e o cabelo daquela maldita (Nathália) .
    Foram os cinco minutos mais bem aproveitados da minha vida . Começamos cantando parabéns ( 2 min ) , e ... voou ovo para tudo quanto era lado ... e em impressionantes TODOS os ovos e farinha , acertavam a aniversariante moribunda que não tinha que ter entrado no meu caminho !
    Como não sou bobo nem nada , e sabia que os monitores iriam subir para ver o que se passava na sétima caldeira do inferno ( minha sala ) , eu escolhi perder o resto do fuzilamento para correr para o banheiro que era praticamente do lado da minha sala , para uma retirada estratégica :

- Fuzilamento : 3 min
- Parabéns : 2 min 
- Merdança = 5 min !

    E esse foi o meu surpreendente cálculo :

- Fuzilamento : 1 min
- Parabéns : 2 min
- Merdança = 3 min 
- Tempo para os monitores ouvirem a bagunça e mobilizarem uma subida rápida : 4 min

    EU JÁ ESTARIA DENTRO DO BANHEIRO ME LIVRANDO DAS PROVAS QUE ME COMPROMETERIAM PERANTE O "JÚRI" ESCOLAR.
    E eu fui além disso . Na hora de me desfazer das provas , eu joguei tudo para o banheiro feminino . E fazendo isso , monitorei pela fresta da porta , a ação dos monitores . Entrando na sala , e pegando todos dentro dela em flagrante. Esperei um minuto dentro do banheiro e saí . Quando saí e cheguei na porta , lá estavam todos sendo mandados para o comando ( espécie de diretoria ) e sendo punidos ! Quando cheguei por trás dos monitores e disse que era da sala , eles me olharam de cima a baixo para ver ser eu estava sujo e então chegara a uma conclusão : não me punir por faltar de provas ! FOI O DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA. 
    E  a maldita da Nathália deve ter ficado umas duas semanas com o cabelo fedendo horrores a ovo .

SABE QUAL O BOM DISSO TUDO ? 
ARMEI O MAIOR ESCÂNDALO DO ANO NO MEU COLÉGIO E AINDA FUI ELOGIADO POR NÃO TER PERMITIDO QUE OS OUTROS ALUNOS ME INFLUENCIASSEM . 

PS: E AINDA ESTRAGUEI O CABELO DA GAROTA ODIADA EM QUESTÃO!!!

terça-feira, 6 de março de 2012

Comendo na sala




"Não gente , é o último."
Essa desculpinha é muito usada pelos egoístas de plantão .


    O que mais se consome nas salas de aula ao redor do mundo , geralmente gira em torno de balas , doces e similares em geral . Qualquer um desses é muito bem-vindo . Contanto que haja algum tipo de açúcar circulando pelos alunos , já é um "adianto" no dia.
   Mas , com certeza , a pior coisa que você pode fazer na sala quando a "balbúrdia doceira" se instala , é abrir um saco de balas bem no meio da sala . Um certo pacote de bala ( o mais apreciado entre os alunos ao redor do mundo ) custa em média R$ 1,50 . Então me digam , PORQUE É QUE OS DESGRAÇADOS NÃO SE JUNTAM E FAZEM UMA "VAQUINHA" E COMPRAM UM CAMINHÃO DESSAS BALAS? , o meu eu compro para EU consumir sozinho , sem a ajuda de ninguém ... não preciso da ajuda de ninguém para acabar com um pacote sozinho . ACREDITEM . E não adianta fazer cara de coitado , não divido mesmo .


- HORA DA EXPERIÊNCIA -


    Estava eu na aula de matemática do professor "Joaquim" ( esse é mais um nome que vai ficar marcado na minha história . Na minha vida e no meu Curriculum Vitae -> notas ruins . hahaha ) .
    Mas um dia em especial me marcou ...
    Foi o dia mais quente do ano . Era o último tempo de aula de uma sexta-feira . Era aula de biologia , mas o professor de biologia havia faltado , então foi substituído pelo professor que nos dava aula de matemática , o mesmo assumiu os dois últimos tempos .
    A temperatura do dia beirava os 55ºC no bairro em que meu colégio estava localizado . E não havia UM ventilador de teto funcionando . NÃO HAVIA UM , ISSO MESMO , UM VENTILADOR FUNCIONANDO NAQUELE CALOR DOS INFERNOS ! 
    Adolescentes já são completamente sem-noção em dias normais . Em dias de calor , ficam possuídos . 
    Estavam todos com muito calor (mentira ... MORRENDO MESMO.) , o professor parou de dar aula porque ele é uma chaminé fumante , por isso , estava morrendo de tanto calor .
    As únicas três coisas que me refrescam no calor são : um banho BEM QUENTE , bebidas BEM GELADAS , e balas refrescantes .
    Só que , ao que me parece , todos os que habitam o mesmo planeta que eu , adoram pelo menos dois desses meus métodos para fugir do INFERNO .
    No recreio , eu já havia comprado e armazenado quatro pacotes de balas refrescantes . E eu tive a maldita , escrota e desgraçada brilhante ideia de abrir um desses pacotes num momento de calor extremo . Nunca vi tantas pessoas olhando para mim ao mesmo tempo . 
    Eu peguei de minha mochila e ninguém viu. Botei no meu bolso e ninguém viu . Quando eu fui botar na minha boca , continuou sem ninguém ver . Deu uns cinco minutos e a garota da minha frente começou a sentir o aroma da bala que estava em minha boca .
    Ela virou-se e começou a me farejar . Ela olhou para mim , e num súbito momento histérico , disse : " AAAAAAA , EU QUERO BALA!" 
    No exato momento que aquela retardada gritou aquilo , os trinta alunos da minha sala , e o professor , viraram-se para mim e começaram a suplicar balas insistentemente . 
    Mas eu sou egoísta mesmo , só saquei no máximo umas cinco balas . Sendo uma , para o professor ( não sou bobo!)
    Quando a aula estava para acabar , o meu pacote estava no final . Até que um RETARDADO E MONGOLÓIDE pegou o resto do pacote de minhas mãos e saiu distribuindo loucamente minhas balas pela sala , e no final ... ele ficou sem nenhuma . BEM FEITO ... QUE ESSAS BALAS TE DEEM MUITA DOR DE BARRIGA , SEU MALDITO!
    

domingo, 4 de março de 2012

Perdendo o ônibus





" Mãe e Pai , me desculpem , o celular não tocou !"
ESSA DESCULPA ... NUNCA USE ESSA DESCULPA!


    O pior de ter que ir para o colégio todo santo dia de manhã , é ir para o colégio todo santo dia de manhã quando o sol ainda nem nasceu .
    Durante sete anos morei na mesma cidade (está virando clichê meu ) e , durante seis , na mesma escola , blá , blá , blá ... Por dois anos morei no mesmo prédio e acordava às cinco e meia da manhã . Depois desses dois anos , me mudei para uma casa que ficava a 654353798342567321 quilômetros do meu colégio. Quando morava lá , acordava às quatro e quinze da madrugada . Depois que essa Via Crucis acabou me mudei para um prédio que ficava perto do primeiro , por isso , voltei para o meu antigo transporte e voltei a acordar às cinco e meia para me arrumar . 
    Mas , quando eu morava naquela casa que estava localizada num buraco longe e quente e acordava atrasado , não tinha jeito  , ou eu faltava e meus pais me torturavam , me matavam e arrancavam meus pedaços para uma venda de garagem , ou eu "DAVA MEU JEITO"!


- HORA DA EXPERIÊNCIA - 



       




- " Mãe , perdi a hora! "
- " Dá teu jeito ..."

    Durante os seis anos que estudei no mesmo colégio , seis desses foram indo com transporte escolar particular . Minha mãe só deve ter me levado para o colégio , SE MUITO , umas 10 vezes , sendo cinco dessas , no dia do aniversário do colégio .
    Durante o primeiro ano no colégio não me atrasei (GRAÇAS A DEUS) . Mas nos dois anos seguintes (os quais residi em uma casa num buraco longe e quente ) , me atrasei várias vezes , mais do que a memória me permite lembrar e contar . A solução para meus atrasos consistia em três etapas :
- 1 : Meu desespero descontrolado , juntamente com uma liberação monstruosa de adrenalina , o que fazia com que eu conseguisse me arrumar em dois impressionantes minutos ;
- 2 : A resposta reincidente de minha mãe : "Dá teu jeito ... ninguém mandou acordar atrasado!" ; e
- 3 : A escolha do meio de transporte a ser utilizado . No caso , a utilização de um trem da frota de trens da carioca SuperVia . 
A FASE TRÊS SEM DÚVIDA ERA A QUE MAIS ME ASSUSTAVA!

    Num vagão de trem , cabem mais ou menos umas 120 pessoas . No exato momento em que eu adentrava ao vagão , conseguia sentir a presença calorosa de umas 400 pessoas .
    Da porta de minha casa até a plataforma , eram uns 600 metros . 600 metros esses de puro sofrimento e auto-flagelo : " Porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , porque? , celular maldito , trem maldito , colégio maldito , lugar maldito , despertador maldito , transporte maldito , dia maldito , vida maldita ."
    Depois de 600 metros de puro sofrimento e auto-flagelo , chego à plataforma e escuto a moça da empresa falar no microfone ( ATENÇÃO MENTES POLUÍDA DE PLANTÃO . A MOÇA FALA DA CABINE POR MEIO DE UM ALTO FALANTE PARA A PLATAFORMA TODA OUVIR OK? NÃO É DESSE JEITO QUE VOCÊS PENSARAM!) : " Atenção , o trem direto de origem Santa Cruz com destino à estação Central do Brasil passará na plataforma 1A . Observe atentamente o espaço entre o trem e a plataforma" , e ela pode não saber , mas acabara de acabar com meu dia . As pessoas podem não saber , mas eu morava muito longe de Santa Cruz (origem do trem) e , por isso , ele não vinha cheio . Vinha com GENTE SAINDO PELA JANELA. 
    Assim que o trem dava sinal de vida lá no horizonte , já tirava minha mochila das costas e me preparava para enfrentar o exército do Rei Xerxes ("300 de Esparta"). Assim que eu via cada vagão sofria paradas cardiorrespiratórias .
    E eu pensava : ( "Ai meu Deus . A porta vai abrir! " acompanhado de uma citação própria : " A PORTA SE ABRE E O INFERNO TE SUGA!" )
   O trem para e as portas se abrem . Percebo que não consigo mexer minhas pernas , elas travaram . Não consigo me mexer . E lá estou eu , atrasado para o colégio e amedrontado pela quantidade impressionante de gente que tem dentro do trem .
    Dou o primeiro passo , tomo coragem e vou , com a mochila numa mão e a boina noutra . E o vácuo me puxa. E finalmente me vejo dentro daquele espaço conturbado , barulhento e cheio de gente . Me sinto compartilhando o mesmo espaço com um Maracanã cheio em dia de final "Fla x Flu"  . As pessoas não são nem bonitas nem cheirosas . 
    As portas se fecham , e o caos se instala rapidamente . O trem toma força e acelera . Não tenho onde me segurar , mas é tanta gente que eu me apoio neles mesmo .
    Depois de quase uma hora de viagem infernal , chego à estação por mim desejada . Localizada a um quilômetro de meu colégio , a estação é ajeitada , mas feia . São seis e quinze da manhã e preciso chegar no colégio até as seis e meia . O DESAFIO FOI ACEITO !
    Saio da estação ( 6:17 a.m.) , começo a andar estupidamente rápido . Já posso ver o colégio ( 6:28 a.m.) . São seis e vinte e nove e ainda estou do outro lado da rua , AI MEU DEUS . Atravesso a rua ( 6:29:49 a.m.) . Passo pelo portão do colégio (ainda aberto - 6:29:54 a.m.) . Consegui ! (não conte com isso) , até que :
- " Ei aluno , vá para o grupamento de atrasados!" , diz superior .
- " Mas são seis e meia agora , e eu já estou dentro do colégio ." eu rebato.
- " Não interessa , e além do mas , são seis e trinta e dois no meu relógio ." , e ele vence a disputa .

    Chego em casa depois da aula e minha mãe me pergunta : "Como foi a aula , filho?" , e eu respondo : "Foi normal" . E ela tem a brilhante ideia de me fazer A pergunta maldita : "Chegou a tempo?" , eu fico com medo e meu coração começa a bater tão forte e rápido que posso notar a oscilação de tamanho do meu peito (êh exagero!) , então , suando e desesperado respondo : "Não. Na verdade deu , mas eu fiquei no grupamento dos alunos atrasados e fui advertido por ter chegado atrasado." (EU SEI O QUE ESTÃO PENSANDO: "AH! , PORQUE CARGAS D'ÁGUA VOCÊ NÃO MENTIU? MOLEQUE BURRO" , e eu digo :"EU CONHEÇO A MINHA MÃE! , por mais que tenha feito besteira , se eu mentir para ela , fico sem uma orelha e um braço no mínimo".) , e ela se estressa : "VIU? , não disse para você dormir cedo?" , e eu concluo : "Eu dormi , mãe , mas não ouvi o celular tocar ." , mas como ela que tem que ser a última a falar , conclui : " Que bom que pelo menos você não me fez levantar da cama !" . E eu prefiro nem falar nada pois tenho amor à vida! 

sábado, 3 de março de 2012

Aulas Traumatizantes



Aluno 1 : "Qual é a aula agora?"
Aluno 2 : "Biologia ."
Aluno 1 : "Qual o assunto?"
Aluno 2 : "Reprodução ."
Aluno 1 : "Eita que isso vai ser engraçado demais !"

    A aula de Biologia é ao mesmo tempo cômica e embaraçosa , ainda mais quando se estuda a reprodução . Mesmo que não vá entrar na área humana , vai ser igualmente desconfortável .
    Matérias que um dia te obrigarão a comentar sobre Pênis e Vaginas , irão te levar à loucura absoluta . Ainda mais quando se arma um debate aberto com toda turma , comentando abertamente sobre partes dos sistemas genitais humanos , aí sim ... te levarão à loucura absoluta .

- FICA AQUI O MEU TESTEMUNHO A TODOS OS PROFESSORES QUE ENSINAM MATÉRIAS ASSIM , PORQUE EU MESMO NÃO CONSEGUIRIA ABRIR A MINHA BOCA PARA ENSINAR UMA MATÉRIA DESSAS ... PRINCIPALMENTE PARA ALUNOS ADOLESCENTES COM MENTES POLUÍDAS !-

   A aula do assunto sempre começa monótona , falando de células haplóides , diplóides , somáticas e germinativas ... enfim ... coisas monótonas e cansativas ( como toda matéria é no período matutino ).
    Até que o professor tem a ( maldita , infeliz e desgraçada ) brilhante ideia de falar sobre os órgãos reprodutores e excretores . É muita obscenidade para uma aula só viu?!
    Mas o que o professor quer fazer mesmo é traumatizar todos os alunos que não faltaram ( não digo " os que estão presentes " porque há sempre aqueles insumos hospitalares abandonados e desacordados nas últimas fileiras da sala . Ainda mais quando a sala possui um sistema de ar-condicionado ) dizendo em alto em bom tom : "Vamos aprender a fazer bebê?" , e logo depois disso ( intervalo para absorção da maldade : 0.5 segundos !!! ) os alunos adolescentes com mentes poluídas começam a rir , gargalhar e gritar , enfim ... fazer barulho para tentar assustar todos os habitantes de TOKIO . Sim , porque o barulho que eles fazem gritando e esmurrando as coisas feito animais daria com certeza , SEM SOMBRA DE DÚVIDA , para abafar o barulho feito pelos carros em Shibuya , Japão , no maior cruzamento de carros e pessoas no mundo !

- HORA DA EXPERIÊNCIA - 

"Não . Não sou egocêntrico , sou reduzido apenas à minha triste condição de Hipérbole ambulante !"

    Estava eu ouvindo "mó" som bom na troca de professores , eis que chega-nos a notícia de que o professor de Língua Espanhola havia faltado para nos dar aula nos dois últimos tempos de uma sexta-feira , em decorrência do mau tempo e a chuva forte .
    Então , a diretora foi à minha sala para avisar à turma que haveria sim , um professor para nos dar aula em breve .
    Não deu uns cinco minutos depois que a diretora deixou a minha sala , me entra na sala a professora de Geografia e Sociologia ( lembram ? A cantora de Techno Brega ... hahaha ... ela vai me matar !) , ela passou pela porta e pode não ter percebido , mas soltou um sorrisinho maléfico que me deixou com muito medo !
    Depois de conversar por alguns minutos e descontrair o ambiente , ela diz para abrirmos nossos cadernos e copiarmos ( EU SABIA QUE ELA IA PASSAR TRABALHO PRA FAZER ... mas até que foi legal , produtivo e interessante !) algumas questões que ela ia ditar . Só assuntos polêmicos . E eu como bom falador , polêmico e crítico que sou , só esqueci de mandar uma mensagem para minha mãe para marcar uma consulta ao cirurgião ortopedista , porque eu com certeza escreveria até minha mão necrosar e cair . NÃO PERCO UMA DISCUSSÃO !
    A professora ditou todas as questões e nos deixou fazendo . E eu fiquei quieto , ouvindo o meu iPod e escrevendo até a minha mão necrosar e cair ! E então ... adentra à sala a professora de Biologia ( lembram do que eu disse da matéria ? Então ... vamos voltar para a história ... ) , simpática ela , não tenho nada contra , mas a matéria é imoral né? "Vamo combinar"!
    Depois de dar uma introdução bacana sobre o assunto ( assuntos chatos sobre tipos de células ...) , ela começa a instalar a balbúrdia e o caos dizendo : " Gente , o que vocês sabem sobre diferenciação humana de gênero ? " , a turma não correspondeu da maneira esperada , permanecendo num silêncio quase que mortal . Até que ela diz : " Gente ... os sistemas genitais ... " , e de novo a turma não corresponde , até que num momento histérico e desesperado ela diz : " Quais as características gente ? O que foi ? Ninguém sabe ? Pênis , Vagina , essas coisas ." . Depois que a bendita professora pronunciou "Pênis , Vagina" a situação tensa e dramática por mim descrita se instalou , e foi descontrole total . Até que parou ( demorou , mas parou ).
    Quando a ordem se retomou , a professora tentou de novo e até que conseguiu um bom resultado . Ela nos propôs dizer as partes do sistema genital masculino , só para começar . Ela começou , e o debate não estava nem começando e ouviu-se um "Bilau" vindo do fundo da sala , com uma voz aparentemente masculina e eu, como tenho o riso frouxo , desandei a rir . A professora , espantada com a exclamação cômica daquela voz supostamente masculina e anônima , saiu perguntando a todos os meninos da sala , quais deles possuíam um "Bilau" , e como de costume , todos negaram a possibilidade de ter um . O debate manteve-se pacífico até o termo "Saco escrotal" ser proposto à discussão. Então , ouviu-se do mesmo canto da sala , da que parecia ser a mesma voz aparentemente masculina : " É OVO professora!" . Eu já não aguentava de tanto rir quando a professora nos comunicou que nós teríamos de saber a forma certa do nome de nossas "partes" , e que para isso , precisaríamos aprender : "Turma , vocês não podem definir suas partes com nomes como ( AI MEU DEUS !) , "Pinto" , "Pau" , "Cacete" , "Rôla" , "Linguiça" , ou , "Xana" , "Xereca" e até mesmo "Prexeca" .Vocês devem saber a forma certa."
    A partir do certo momento que a mulher disse a primeira forma errada , eu quase utilizei sem querer meu Pênis para urinar indevidamente em minhas calças . 
    Para pessoas com defeito de fábrica que ri de coisas como "Pudim!" ... essa aula foi quase o meu passaporte para uma gaveta escura numa sala fria de um necrotério qualquer .


Glossário:

(Hipérbole: Figura de linguagem que incide quando há demasia proposital num conceito , ou seja , EXAGERO!)

sexta-feira, 2 de março de 2012

Ir Ao Quadro...





                                                    " Não professora tenho vergonha!"

   A pior coisa que um professor pode fazer por um aluno é pedir para ele ir ao quadro. Primeiro porque já é extremamente desconfortável ficar sentado numa cadeira por horas até que você acha a posição perfeita... e o professor resolve ter a brilhante ideia de te chamar... e vem na sua cabeça : "PORQUE EU? TEM TANTA GENTE NESSA SALA... PORQUE LOGO EU? ALGUM RESSENTIMENTO? A GENTE CONVERSA DEPOIS... MAS SE VINGAR NÃO VALE!". Segundo porque a confiança que os outros alunos da sua sala depositam em você é descomunal. Você sente aquela onda de confiança te atingindo, embaralhando seus pensamentos e te desestabilizando física e psicologicamente. Terceiro porque você se sente inseguro... ("E se eu errar? Vão rir de mim com certeza... rir não... GARGALHAR APONTANDO O DEDO PARA MIM E ME CHAMANDO DE RETARDADO... Não se desespere... Eles não vão fazer isso... Controle-se... Você está no ensino médio... Para com isso!"), por isso que a primeira reação de uma pessoa ao se levantar da cadeira quando o professor pede, é soltar um incontrolável sorrisinho meio de "sem graça", meio de "FUDEU"... "É a minha vez de enfrentar as lâminas implacáveis e amoladas da guilhotina mais próxima!".
   Mas o pior de tudo é quando o professor geralmente de física ou matemática te manda pro quadro conceituar as teorias da relatividade e de universos paralelos em Francês, Alemão, Russo e Árabe (tá... Se acalma... Ele só te mandou responder a questão dois... -sobre transformações de temperatura... se controla!).


- HORA DA EXPERIÊNCIA -


   É, são muitas experiências bizarras.
   Durante sete anos morei na mesma cidade e estudei durante seis anos no mesmo colégio, então... todos me conheciam, e eu nem falo demais (DEMAIS, DEMAIS, DEMAIS, DEMAIS... O tempo todo... Compulsivamente!), por isso todos os professores e alunos me conheciam. Eu também sempre fui muito maluco e, por isso, todo mundo me conhecia... E todos os malditos desgraçados sabiam que eu era envergonhado para essas coisas (ir ao quadro), por isso, quando eu começava a falar desenfreadamente, os professores malditos sabiam o que fazer para calar a minha boca, RÁPIDA E SUCINTAMENTE... Davam um berro: " Quem vai vir no quadro responder as questões do capítulo quinze?(156132895123752364392827546594854653453498534573456349583476 exercícios impossíveis !)" até que o Prof. "João" de Física, (nunca mais vou esquecer esse nome!) virou para mim e disse: "VOCÊ... PODE VIR RESPONDER NA FRENTE DA TURMA TODA E PAGAR O MAIOR MICO DA SUA VIDA PORQUE VOCÊ NÃO SABE RESPONDER ESSAS PERGUNTAS"... Tá... Não foi assim. Foi assim: "LEVANTE AGORA E SE HUMILHE NA FRENTE DE TODOS!"...Tá bom, tá bom agora a verdade verdadeira... : "Aluno, levante por favor e responda essa pergunta...". Foi horrível ver o professor olhando com aqueles olhos flamejantes no fundo dos meus olhos, fazendo cara de mal e uma máscara de Darth Vader caindo do céu na cabeça dele e se encaixando perfeitamente... (hã??) olhando para mim e falando meu nome alto me convidando a me humilhar, e então respondi: "Professor, eu não fiz!" (desculpinha escrota e muito usada né?), e o maldito respondeu: "Tudo bem, a gente faz junto... bom que você aprende a fazer". Respirei fundo e me preparei para a desgraça que ia me acontecer bem antes do que eu imaginava e me levantei . Pronto ! Era tudo o que eu precisava para acabar com meu dia que já não andava bem . Fui ao quadro , copiei o enunciado e respondi . Mas do certo momento em que eu movimentei os músculos das pernas me movendo para fora da cadeira , até o momento que terminei de resolver a questão devo ter tido uns mil ataques cardíacos e oscilações bruscas de pressão . Nunca suei tanto na minha vida .
   Daquele dia em diante aprendi a lição (mentira) , nunca mais falei demais na sala (muita mentira) , e agora que estou numa nova escola , procuro nunca falar com os que me rodeiam (mentira pra cacete!).

quinta-feira, 1 de março de 2012

Que tal uma rapidinha ?


 Complexo de perseguição


 

                 
“Complexo de perseguição é uma coisa que eu não tenho. Eu não acho que as pessoas estão falando de mim. Eu sei que elas estão.”


   Eu sofro de um mal. Meu Deus, é horrível.
   Sabe quando você está num lugar mas não consegue se concentrar no que está fazendo e acontece alguma coisa no decorrer de suas ações e simultaneamente, no mesmo recinto, EXATAMENTE NO MESMO RECINTO, um filho de uma senhora meretriz abre a boca e solta uma gargalhada que te faz conhecer um pouco do inferno? É, ele pode não estar rindo de você, provavelmente ele nem prestou atenção no que você estava fazendo. Ele pode até nem ter notado a sua presença no lugar, mas ele riu no momento errado.
   Para as pessoas normais, achariam apenas estranho o fato de o ser ter rido muito alto numa hora “do nada”... mas, para pessoas malucas como eu, aquela risada foi para mim! Não consigo mais ficar normal. Começo a suar frio e fico sem reação... congelado por alguns instantes. E tudo o que eu faço a partir do momento aterrorizante, meço milimetricamente para que não aconteça de novo (como se a pessoa escandalosa estivesse rindo de mim). ISSO NÃO É NORMAL . PRECISO ME TRATAR !

Primeiro dia de aula...









"Escola minha querida escola, não posso mais te visitar. Estou em um relacionamento sério com a minha cama!"


   Existe coisa pior que um primeiro dia de aula? Sim. Pensando bem, sim. Primeiro dia de aula numa escola nova, numa cidade nova.
   O pior dia é sem dúvida o primeiro. No primeiro dia de aula, todo mundo conta como foram suas insignificantes proveitosas, chatas legais e com certeza melhores que as suas tão boas quanto as suas... FÉRIAS.
   O primeiro dia de aula é uma dor de cabeça dos infernos, porque todo mundo quer contar como foram suas férias tão amadas, merecidas e queridas, AO MESMO TEMPO!
Mas quando você chega num lugar novo, o primeiro dia de aula é assustador e embaraçoso. Você não conhece ninguém e ninguém te conhece. Aí todos os seus movimentos são observados e COM CERTEZA comentados mentalmente pelos que observam (não que eu tenha complexo de perseguição , mas uma leve esquizofrenia sempre me acontece de vez em quando).
   O mais bizarro disso tudo, é que as pessoas que te analisam são aquelas que depois de uns quatro ou cinco dias vão falar com você como se nada tivesse acontecido. POR QUE NÃO FIZERAM ISSO ANTES ? QUERIAM ME VER NUMA SITUAÇÃO RIDÍCULA E CONSTRANGEDORA NÉ?

- HORA DA EXPERIÊNCIA - 

   Como bom filho de militar que sou, vivo mudando de cidade e morando nos lugares mais longínquos e bizarros possíveis. 
   Depois de morar durante sete anos na mesma cidade, me mudei para uma que fica do outro lado do Brasil. Não que a distância seja um problema, até mesmo porque a qualidade do lugar não me faz pensar isso -mais.
   Então, continuando... Depois de sete anos morando no mesmo lugar e seis anos estudando no mesmo colégio, me mudei para uma cidade desconhecida e para um colégio desconhecido.
   Mas uma peculiaridade me ocorreu esse ano. Na minha classe, praticamente ninguém se conhecia (salvo algumas exceções), porque foi o que sobrou da lista de espera.
   Então, o primeiro dia de aula nessa escola nova foi especialmente perturbador, porque ninguém se conhecia NEM DE OUTROS COLÉGIOS (salvo raras exceções). Aí me entra a professora de Geografia e Sociologia (isso mesmo , a mulher manda muito!). Ela é super comunicativa, extrovertida e engraçada (e tem uma voz ímpar de cantora de Techno Brega, sem sacanagem). Essa professora é tia da menina que senta do meu lado, então, rolava meio que uma compatibilidade de conhecimento e gosto por coisas engraçadas. 
    O povo da minha classe é todo da região, então eu fiquei meio deslocado, porque a professora falava alguma coisa extremamente engraçada e desconhecida e com termos desconhecidos, e isso me fazia rir por inércia com uma típica cara de FUDEU! 
   Enfim, a professora terminou de se apresentar e foi nossa vez (alunos). Chegando na minha vez, eu disse meu nome, idade, cidade e colégio de origem (rolou uma surpresa momentânea rápida, mas passou... enfim, passou). Esse momento foi tão assustador que, não desejo isso a ninguém. Eu ao mesmo tempo que comecei a suar... gelei quase que instantaneamente -bizarra sensação.
   Depois que a aula meio de Geografia meio Sociologia acabou, pensei "Ufa! Passou. Então das próximas vezes que eu disser meus dados, não haverá surpresa"... E por um milagre não houve!
   Nenhuma das minhas experiências vividas se comparam ao certo momento que eu abri a minha maldita boca para me identificar perante à turma.